O Ministério da Saúde descreve casos de violência interpessoal e autoprovocada para fins de notificação da seguinte forma: “Caso suspeito ou confirmado de violência doméstica/ intrafamiliar, sexual, autoprovocada, tráfico de pessoas, trabalho escravo, trabalho infantil, tortura, intervenção legal e violências homofóbicas contra mulheres e homens em todas as idades. No caso de violência extrafamiliar/ comunitária, somente serão objetos de notificação violências contra crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas, pessoa com deficiência, indígenas e população LGBT”.
Sendo assim, de acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, no ano de 2022 foram notificados 103 casos de violência interpessoal e autoprovocada. Em relação ao ano anterior houve um aumento de 35 notificações.
Destes 103 casos, 11 casos foram de violência sexual, 66 autoprovocada e 26 de violência física provocada por terceiros. (Amostra no gráfico 01) As informações também destacam o sexo das vítimas sendo 79 casos de violência acometendo mulheres e 24 casos homens. (Amostra no gráfico 02). Outro dado que merece destaque é o percentual elevado de local onde ocorreu a violência. Cerca de 90% das notificações aconteceram dentro das moradias. (Amostra no gráfico 03)
Já sobre as notificações sobre a violência autoprovocada, ou seja, tentativa de autoextermínio (suicídio), é assustador o número de jovens que cometeram o ato. (Amostra no gráfico 04). Os principais meios utilizados nas tentativas de suicídios também foram identificadas e estão na amostragem sendo a ingestão de medicamentos e outras substâncias como principal. (Amostra no gráfico 05)
Os dados de violência sexual resulta na totalidade de vítimas do sexo feminino, na maioria abaixo de 18 anos e tendo como prováveis autores pessoas do sexo masculino que tinham algum tipo de relacionamento com as vítimas. (Amostra no gráfico 06)
Este informe demonstra a importância das notificações para que as equipes de saúde possam desenhar o cenário das violência, o perfil das vítimas e dos agressores e planejar ações para inibir os casos. O propósito é diminuir o número de subnotificações para melhorar a qualificação dos dados e ter um retrato real e confiável sobre as informações.
De acordo com a subsecretária da pasta de Vigilância em Saúde, Márcia Bessa, os dados compilados demonstram que a violência vitimiza, em sua maioria, mulheres e jovens, em alguns casos crianças e adolescentes, e as agressões acontecem dentro de casa. “São a partir destas notificações que planejamos campanhas de conscientização, palestras e outras ações que possam ajudar as pessoas a identificarem as agressões e os canais para pedirem ajuda, por isso, é tão importante que sejam notificados”, explica.
Se você está passando por algum caso de violência ou está enfrentando um momento conturbado e esteja pensando em acabar com a própria vida, procure os canais de atendimento.
CVV (Centro de Valorização da Vida) – Disque 188
CAPS (Centro de Atenção Psicossocial Imaculada Conceição) – 9 9963-7479
Polícia Militar – Disque 190
Central de Atendimento à Mulher – Disque 180
Central de Direitos Humanos – Disque 100
Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente – 3321-0464 / 9 9691-0182
CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) – 3321-0606 / 9 9666-4146